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Minissérie relembra feitos históricos do “Soldado Milhões”
“Herói”. Foi assim que Murça recordou o filho da terra que alinhou nas fileiras da Primeira Guerra Mundial e que espalharia o nome do concelho por todo o país e além-fronteiras.
Aníbal Augusto Milhais partiu para a Flandres quando ainda era jovem. Deixou para trás a família e amigos, sem saber se um dia voltaria. Longe e no meio da miséria, a incerteza se conseguiria dar mais um passo ou se tombaria para o lado era constante. No dia 9 de abril de 1918 o Corpo Expedicionário Português sofreu um ataque por parte da armada alemã. Para garantir a retirada em segurança dos seus colegas, o murcense impôs-se perante a ofensiva. Esse ato heroico valeu-lhe a medalha da Ordem de Torre e Espada, maior honra militar portuguesa e passou a ser conhecido como "Soldado Milhões".
Na terça-feira, no Auditório Municipal de Murça, a RTP apresentou a minissérie "Soldado Milhões", baseada na história e no homem que foi Augusto Milhais e que pretende assinalar o centenário do fim da primeira grande guerra.
Para o presidente da câmara municipal, Mário Artur Lopes, a realização desta minissérie assente no feito heroico de um murcense é importante pois "recorda algo importante que já passou e vem dar visibilidade à nossa gente e ao nosso território. A realização desta obra de ficção é uma forma de recordar alguém que sempre fez parte da minha história e, até dos mais jovens". Para conservar este filho da terra, o autarca desvendou, à VTM, que em breve será levada a cabo uma intervenção de reparação da casa que pertenceu ao soldado, em Valongo de Milhais.
Com muito esforço e com voz enfraquecida, António Milhais, filho do "Soldado Milhões", disse que recordar o seu pai é bom porque ele sempre foi bom homem, "trabalhou muito para criar os filhos e nunca nos deixou passar fome". As declarações foram proferidas logo depois de ter pousado uma coroa de flores junto ao busto do soldado, na presença do presidente da câmara e rodeados por vários famíliares.
Na apresentação de partes da minissérie estiveram vários atores que fizeram parte do elenco. Entre eles, estava João Arrais, que dava corpo à figura de Augusto Milhais. À VTM, o jovem ator referiu que este foi um projeto "desafiante", pois retrata algo que aconteceu há um século e "é sempre dificil representar uma pessoa que existiu na realidade e que significa tanto para esta gente e para esta terra".
Apesar do distanciamento histórico, o jovem realçou que "é um tema sensível, com várias implicações e tenho a noção que ainda existem várias feridas abertas. Por isso, foi emocionante e um grande desafio".
Como o referido anteriormente, esta obra, que será dividiva em três episódios, pretende assinalar o centenário do fim da I Guerra Mundial. Apesar de se basear no feito de Augusto Milhais, esta ficção pretente retratar todos os portugueses que se viram envolvidos numa guerra que não era sua. 75 mil soldados partiram para a Flandres e 25 mil seguiram para África. Mal preparados, os combatentes portugueses passaram um autêntico terror, e é isso que esta minissérie quer retarar.
Esta ficção histórica foi desenvolvida pela direcção de programas da RTP e foi produzida pela UKBAR FILMES, com a realização de Gonçalo Galvão Teles e Jorge Paixão da Costa. O elenco é abrangente e engloba nomes como João Arrais, Miguel Borges, Lúcia Moniz e a jovem atriz Carminho Coelho.
Fonte: Jornal "A Voz de Trás-os-Montes" (25.10.2018)
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