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Casa Museu 'Soldado Milhões'
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'Vales milhões'
E foi assim, em plena I Guerra Mundial, que o soldado português alcançou a fama, na Batalha de La Lys, em abril de 1918.
A bravura do franzino e pequeno Aníbal, com pouco mais de um metro e meio de altura, valeu-lhe a Torre e Espada – a mais alta condecoração militar portuguesa - entre outras distinções.
O epíteto "Milhões" nasceu com um elogio do seu comandante, Ferreira do Amaral: "Tu és Milhais, mas vales milhões".
Após a guerra e a condecoração, o soldado regressou à sua terra natal. Tornou-se agricultor, casou, teve 10 filhos, ainda chegou a emigrar para o Brasil, de onde pouco tempo depois regressou por pressão da comunidade portuguesa, que considerava “que não era digno” um herói nacional ser emigrante.
A sua história foi resgatada pelo jornal Diário de Lisboa que, na década de 20, o transformou numa espécie de símbolo nacional que passou a ser usado pela propaganda dos governos da primeira República e pelo Estado Novo.
O reconhecimento material da nação resumiu-se a uma pensão que se manteve nos 15 escudos por mês, pelo menos até o seu quinto filho ir à inspeção militar, no início dos anos 50.
O soldado Milhões teve sempre uma vida modesta. Quando morreu, a 3 de junho de 1970, aos 75 anos, as suas medalhas conquistadas no campo da glória valiam-lhe pouco mais de mil escudos mensais.
As medalhas conquistadas foram doadas ao Museu Militar do Porto. Também no Museu do Regimento de Infantaria 13, em Vila Real, se recorda o herói de guerra transmontano.