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Carva e Vilares
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A União de Freguesias de Carva e Vilares
A União de Freguesias de Carva e Vilares foi constituída no ano 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, pela agregação das antigas freguesias de Carva e Vilares.
CARVA
Carva fica situada no extremo ocidental do concelho de Murça, no limite com os vizinhos municípios de Vila Pouca de Aguiar e de Alijó. Insere-se na chamada Terra Fria, entre as serras de Escarão e da Barrela.
Estamos em presença de um território que teve nítida ocupação pré-histórica. O povoado fortificado de Souto de Escarão, de datação indeterminada, erguia-se no topo de um proeminente maciço granítico, a mais de mil metros de altura. O recinto, de pequenas dimensões, era defendido por uma muralha de configuração sub-circular. À superfície do solo, detectaram-se alguns fragmentos de cerâmica manual lisa, percutores e moinhos. Do local, era visível uma parte do vale do rio Pinhão e da região envolvente.
Os pergaminhos históricos de Carva são relevantes. Recebeu foral de D. Sancho II em 1224, embora tenha sido autenticada apenas no reinado seguinte (D. Afonso III, 1268). Já então existia aqui uma municipalização rudimentar, isto se o objetivo não era desenvolver uma terra então muito despovoada. Tiveram papel importante na atribuição do foral os Sousãos. Foi Vasco Mendes, o governador da terra de Jales, o primeiro confirmante do documento. Em 31 de dezembro de 1853, S. Sebastião de Carva saiu do concelho de Alfarela de Jales, por extinção do mesmo, e transitou para o de Murça.
Segundo as Memórias Paroquiais de 1758, Carva estava integrada no termo da vila de Alfarela de Jales. Em termos de património edificado, uma primeira palavra para a Igreja Paroquial de Carva, ou Igreja de Santa Bárbara e S. Sebastião. É um modesto templo em pedra, de fachada em empena, coroada por uma cruz e dois pináculos. A torre sineira está do lado direito da fachada, mas a alguns metros de distância. Segundo as Memórias Paroquiais de 1758, «a igreja tinha orado de São Sebastião e três altares, o de São Sebastião, o de Nossa Senhora da Anunciação e outro do Senhor Jesus.»
A Capela de Santa Bárbara, a Capela de Nossa Senhora das Dores, a Capela de Nossa Senhora da Guia, a Capela de S. Bento e a Capela de Santo António são outros dois templos da freguesia com algum interesse histórico e arquitectónico. Relevante é também a Fonte de Mergulho da Poça.
Adossada a um muro de alvenaria de xisto, é uma fonte constituída por caixa de água de planta rectangular. A fachada principal é em alvenaria de xisto, sendo rasgada por vão em arco de volta perfeita. Um tanque rectangular ocupa todo o interior. Terá sido construída no século XIX. No âmbito da conservação e restauro das fontes de mergulho do concelho, foi restaurada no último ano do século passado. É um testemunho importante da forma como este tipo de estruturas estava presente no dia a dia das populações rurais, não só nesta como nas outras freguesias da região. A chamada Fonte Velha tem a mesma função. É uma fonte de mergulho, com caixa de água de planta rectangular, com face frontal terminada em empena recta e rasgada por arco de volta perfeita. Data também do século XIX.
VILARES
O seu topónimo poderá ter origem nos Vilares, sistema de repovoamento pré-nacional constituído por famílias. Américo Costa refere que a povoação de Vilares recebeu carta de Foral, dada por D.Afonso III a 10 de Fevereiro de 1267. No seu termo situa-se uma riquíssima zona arqueológica onde são evidentes vestígios de civilizações castrejas e dos diferentes povos que habitaram a Lusitânia.
Nos Vilares, existem quatro relógios de sol esculturados cada um deles por uma figura humana o Capitão ou o Guerreiro. Fazem ainda parte do seu património cultural lendas e tradições. De referir também a existência de dezenas de "Pisões" para pisar os tecidos grosseiros "Bureis", usados até há pouco tempo pelo povo para os proteger dos rigores do Inverno. Produz muita castanha, centeio e batata. O seu maior rendimento vem da criação de gado bovino e caprino.