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Património Histórico-Educativo
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Cantina Escolar ‘Bernardina Breia’
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Escola Primária – Projecto-Tipo Adães Bermudes
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Escola Primária - Projecto-Tipo ...
Descrição Complementar
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Cantina Escolar "Bernardina Breia"
Tipo de arquitectura: Assistencial do século 20
Cantina escolar construída na década de 1940, independente da escola primária, com planta rectangular irregular, composta por vários corpos térreos articulados. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, com silhares de cantaria dispostos regularmente e terminadas em cornija recta, por vezes formando empena. Fachada principal com corpo do vestíbulo avançado, rasgado por portal em arco de volta perfeita e moldura convexa e o do refeitório, mais recuado, por três janelas de verga aparente e interligadas por friso inferior. As restantes fachadas têm diferente tratamento, a lateral direita cega e com chaminé saliente a meio, a oposta rasgada por janelas, óculo circular e frestas e a posterior com janelas de peitoril, a iluminar os vários espaços interiores.
Cronologia:
- 1931 - No dia 30 março, o Decreto n.º 19 531 incentivava particulares a oferecerem edifícios escolares que mandavam construir, visto que atribuía aos doadores o direito de indicar as pessoas para o provimento de professores no lugar criado para o funcionamento da escola; no entanto, a construção dos edifícios deveria obedecer às normas técnicas e pedagógicas estabelecidas, sendo a Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais a entidade que vistoriava e dava parecer sobre a execução, solidez e boas condições das escolas, antes de serem aceites as doações;
- 1938- oferta de 250 contos e de todo o recheio para uma cantina por Américo Constantino Breia, para benefício da população escolar das duas escolas primárias já existentes na vila de Murça;
- 8 Setembro - ofício do Director-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais propondo ao Ministro das Obras Públicas a instalação da cantina num edifício próprio, recomendando que deveria obedecer à condição de "formar conjunto harmonioso com o edifício" da Escola Feminina, e "cingindo-se às suas linhas arquitectónicas inspiradas no estilo e materiais de construção regionais"; Duarte Pacheco concordou com a solução de cantina funcionar num edifício independente das escolas da vila, aceitando o estudo e projecto do arq. Fernandes de Sá;
- 10 Setembro - despacho do Ministro Duarte Pacheco não autorizando a construção da cantina de Murça, por não haver "disposições legais que regulem esta matéria";
- 1940 - Em 25 abril, a Câmara determina em sessão mudar o nome da Rua da Escola para a Rua de Américo Breia;
- 9 Novembro - Despacho do mesmo Ministro ordenando a execução do projecto da cantina, desde que a Câmara de Murça comparticipasse com 50% do seu custo (67.800$00);
- 1941 - Início da construção da cantina, por administração directa da Câmara Municipal; à cantina deu-se o nome de D. Bernardina Breia, mãe do fundador;
- 1946 - 28 Maio - inauguração da cantina.
Atualmente ao abrigo de um protocolo de colaboração com a Câmara Municipal de Murça, funciona neste edifício, a sede social da Delegação de Murça da Cruz Vermelha Portuguesa.
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Escola Primária n.º 1 de Murça
Tipo de arquitectura: Educativa, do século 20
Escola primária do projecto-tipo Adães Bermudes, mista, de duas salas, duas residências e dois gabinetes laterais, de planta rectangular composta por três volumes principais escalonados, o central mais alto e de dois pisos, destinado à residência dos dois professores, e os laterais com as salas de aula, antecedidas por vestíbulos, com os alpendres e corpos perpendiculares correspondentes às instalações sanitárias adossados à fachada posterior. O edifício é rasgado, na fachada principal, por vãos em arco abatido no piso inferior, de pedra de fecho em cantaria, e rectilíneos no superior, com moldura na verga e parte superior da ombreira em cantaria de granito, típico da região nortenha, com pedra de fecho fingida e saliente. O corpo central, mais avançado, possui, no piso térreo, duas janelas centrais e duas portas, para individualizar as dependências dos professores, a que correspondem, no superior, quatro janelas, e os panos extremos, com entrada para a sala de aula e um gabinete da professora, também mais avançados, terminam em empena, de friso e cornija sobre falsas mísulas, truncada por sineira. Fachada posterior tendo adossado perpendicularmente ao corpo central as casas de banho, rasgado no segundo piso por duas janelas e, nas fachadas laterais, por três lumes escalonadas com moldura comum. Cada uma das salas de aula possui três amplas janelas em arco abatido, que permitem a iluminação unilateral daquele espaço de estudo. Junto à fachada posterior desenvolve-se pátio, murado, que constituía a zona de recreio descoberto.
Cronologia:
- 1790 (década) - O Dr. Columbano Pinto Ribeiro de Castro, em resposta ao questionário que lhe fora dirigido pelo juíz a quem a rainha D. Maria I incumbira a nova demarcação da província de Trás-os-Montes, informa que a Câmara Municipal de Murça solicitara "um professor de Gramática Latina e dois das primeiras letras, um para o lugar de Pegarinhos e outro para o de Candedo, por ficar muito distante e incómodo destas aldeias irem à vila, onde havia apenas um professor das primeiras letras";
- 1897 - Congresso Pedagógico de Lisboa argumenta que perante o analfabetismo de 4, 5% da população portuguesa, a inversão de tal situação deveria começar pela construção de escolas; refere a urgente dotação de edifícios apropriados a todas as povoações com escolas primárias num período de 5 anos, seguindo um plano de construção estudado por uma comissão de engenheiros, que o Governo delegou à Associação dos Engenheiros Civis Portugueses; a equipa era constituída por Augusto Simões de Carvalho, Severino da Fonseca Monteiro, Polycarpo José da Costa Lima, António Teixeira Júdice e Joaquim Renato Baptista;
- 1898,3 Janeiro - assembleia extraordinária aprova o projectos de edifícios destinados a escola primária, elaborado pela Associação dos Engenheiros Civis Portugueses; no texto, reconhecia a necessidade de difusão da instrução e a influência que a disposição adaptada nos edifícios escolares exercia no desenvolvimento físico, intelectual e moral das populações;
- 10 Janeiro - entrada no Ministério das Obras Públicas dos programas do Concurso para apresentação de projectos de edifícios destinados a escolas de instrução primária e o respectivo relatório;
- 2 Março - abertura oficial do concurso público por anúncio no Diário de Governo, estipulando-se um prazo de 6 meses para admissão dos projectos concorrentes; os trabalhos teriam de ser entregues na 1ª Repartição da Direcção-Geral de Instrução Pública; era obrigatório o uso de pseudónimos; estipulavam-se 3 prémios de mérito relativo para os projectos que satisfizessem todas as condições do concurso e tivessem sido aprovados com mérito absoluto: 750$000 rs, 450$000 rs e 300$000 rs, respectivamente *1;
- 31 Outubro - júri aprova projecto do Arq. Arnaldo Redondo Adães Bermudes, sob o pseudónimo Fiat Lux, que fora o único candidato;
- 10 Novembro - homologação do parecer técnico, pelo Ministro do Reino e confirmação da atribuição do 1º prémio;
- 23 Novembro - Adães Bermudes é oficialmente nomeado delegado por Lisboa à Exposição Universal de Paris e convidado por Ressano Garcia a apresentar o projecto dos edifícios escolares como concorrente;
- 9 Dezembro - Direcção-Geral de Instrução Pública expediu circular aos governadores civis de todos os distritos em que se perguntava: "quantas e quaes são, as escolas primárias officiaes do distrito que não têm casa propria; quaes as escolas que, na conveniente distribuição dos edificios escolares, devem ser preferidas, e com que auxílio poderá o governo contar da parte das corporações administrativas ou dos particulares para a diminuição dos seus encargos na construção dos edifícios";
- 1900 - Adães Bermudes obtém a medalha de ouro da Secção Escolar na Exposição Universal de Paris; A taxa de analfabetismo no concelho era de 78,6% (71,5% para os homens e 86,9% para as mulheres);
- 1902 - 18 Dezembro - assinatura de contrato de empréstimo de 245 rs para auxílio da Direcção-Geral de Instrução Pública na diminuição dos encargos na construção das escolas;
- 1905 - data de conclusão da escola, que então albergava 97 rapazes e 66 raparigas, tendo sido os seus primeiros professores José Baptista Lobo e D. Maria Joaquina Gonçalves de Oliveira; ao que parece, anteriormente a escola funcionava provisoriamente nos baixos da casa dos Condes de Murça;
- 1938 - a escola funcionava apenas para crianças do sexo masculino; 1940, 25 Abril - a Câmara determina em sessão mudar o nome da Rua da Escola para a Rua de Américo Breia.