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António Borges Coelho: Historiador, poeta e professor catedrático
Nesta edição da rubrica "gente da nossa terra", vamos conhecer mais detalhadamente António Borges Coelho, que nasceu em Murça em 1928. O seu percurso de vida é caracterizado por uma intensa atividade política e académica. É hoje um dos historiadores portugueses mais prestigiados. Foi Professor Catedrático da Faculdade de Letras de Lisboa.
António Borges Coelho frequentou o Seminário de Montariol em Braga que abandonou por falta de vocação para o sacerdócio. Muito jovem viajou até Lisboa, para frequentar a Faculdade de Direito. De escassos recursos, optou por se empregar na Junta Autónoma das Estradas, transitando então para o curso de Histórico-Filosóficas.
Integrado na atividade cívica contra a ditadura, filiado no MUD-Juvenil (Movimento de Unidade Democrática) na campanha eleitoral do general Norton de Matos (1949), levaria mais anos do que os tradicionais para concluir o curso, sujeito à repressão da polícia política e respetiva prisão no forte de Peniche (1960).
Em 1968 é redator do quadro do vespertino A Capital, concluindo então a sua licenciatura, com uma tese sobre Leibniz. Ingressa a seguir no ensino oficial, leccionando no Liceu de Gil Vicente, de onde é expulso por medida repressiva da ditadura, passando para o ensino particular.
Destacado militante do Partido Comunista, veio a romper com este em 1992, nunca deixando de adoptar uma posição crítica, mas não anti-marxista, nos seus ensaios e análises históricas. Fundou e dirigiu a extinta revista História e Sociedade (1978).
Tendo sido chamado à Faculdade de Letras
da Universidade Clássica de Lisboa, após o 25 de abril de 1974, para a docência no seu Departamento de História, passou a professor catedrático da mesma Faculdade em 1993 com uma tese sobre a Inquisição de Évora. Como historiador, tem centrado a sua pesquisa no período medieval e na época da expansão portuguesa.
António Borges Coelho estreou-se editorialmente em 1962, com um livro de poesia, "Roseira Verde", ao qual se seguiu "Raízes da Expansão Portuguesa" (1964), tendo-se sucedido ensaios historiográficos, obras de poesia, teatro, romance e biografias.
Autor de uma vasta e riquíssima bibliografia (em que se inclui também a poesia, o teatro e a ficção), participou em diversos congressos e reuniões científicas, nomeadamente em Espanha e no Brasil.
Foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem de Santiago e recebeu o Prémio da Fundação Internacional Racionalista. Deu a sua Última Lição em 11 de dezembro de 1998, mas continua a dedicar-se com o mesmo entusiasmo à investigação e à divulgação daquilo que não é possível dissociar do seu nome: a História.
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