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Autarca de Murça diz que interior se sente 'órfão da nacionalidade portuguesa'
José Maria Costa diz que, como último recurso e para que o serviço de finanças se mantenha no concelho, a câmara estará “sempre disponível para negociar e assumir responsabilidades”
O presidente da Câmara de Murça afirmou que os municípios do interior começam a sentir-se “órfãos da nacionalidade portuguesa” devido às sucessivas notícias de encerramento de serviços públicos, como as finanças.
Depois do anúncio do fecho do tribunal local, José Maria Costa diz que parece que agora se “vai materializar uma suspeita” que já há muito preocupa os autarcas dos concelhos do interior do país.
O Governo anunciou ontem que se comprometeu a encerrar metade das repartições de finanças do país até ao final de maio, devendo a lista das unidades a fechar ter sido concluída até ao final do primeiro trimestre.
A secção de finanças de Murça está incluída numa eventual lista de 10 repartições das 14 existentes no distrito de Vila Real que poderão encerrar as portas.
“Os municípios do interior começam a sentir-se órfãos da nacionalidade portuguesa”, lamentou o autarca à agência Lusa.
José Maria Costa salientou que, para o concelho, o encerramento de serviços significa uma “perda enorme” porque os cidadãos, apesar de serem poucos, continuam a ter necessidade destes serviços.
“Nós temos a população que temos, o interior tem a população que tem e não é com medidas destas que se inverte este ciclo de despovoamento que estamos a viver”, salientou.
O presidente referiu que a autarquia de Murça, conjuntamente com a Comunidade Intermunicipal do Douro (CIM Douro), vai interpor uma “providência cautelar por ação popular” contra o fecho do tribunal e prometeu também luta contra o encerramento das finanças.
“Não podemos ficar quietos, simplesmente a lamentarmo-nos. Teremos também que tomar alguma atitude sobre o encerramento das finanças”, frisou.
José Maria Costa referiu ainda que se “constava de que o Governo podia vir a falar com os municípios” e por isso estranhou “que surjam essas notícias a público e os municípios, mais uma vez, não sejam tidos nem achados”.
“Na área da justiça não teríamos forma ou competência para exercer esse serviço, mas em termos das finanças seria possível os municípios poderem vir a, em última circunstância, assumir alguns serviços”.
E o autarca diz mesmo que, como último recurso e para que o serviço se mantenha no concelho, a câmara estará “sempre disponível para negociar e assumir responsabilidades”.
O distrito poderá perder 10 das 14 repartições de finanças. Vila Real é também a região do país com mais fechos de tribunais, nomeadamente Boticas, Murça, Sabrosa e Mesão Frio.
“Isto significa que este Governo quer simplesmente liquidar o interior do país”, salientou.
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