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Azeite e vinho trazem retorno de oito milhões de euros
De forma a promover os dois produtos mais rentáveis e emblemáticos do concelho, decorreu, no fim de semana, em Murça, a Feira do Azeite e do Vinho (FAV), que teve como grande objetivo oferecer oportunidades de negócio aos produtores locais. José Maria Costa, presidente da Câmara, afirmou que este é o “maior acontecimento do ano” na vila de Murça, sendo “uma excelente oportunidade” para os produtores locais mostrarem os seus produtos.
“Murça está integrada numa zona de montana da região do Douro e Alto de Trás-os-Montes, por isso tem um microclima e um solo que dão uma qualidade extraordinária aos nossos produtos”, sublinhou o autarca, adiantando que o retorno financeiro só do vinho e do azeite ronda os oito milhões de euros, um “valor significativo” para o concelho murcense, que está sobretudo vocacionado para a agricultura.
A maioria dos produtores locais está centralizada na Adega Cooperativa de Murça e na Cooperativa de Olivicultores.
António Ribeiro, presidente da Adega Cooperativa, sublinha a importância do evento na promoção do vinho que se produz no concelho, que desta forma pode chegar a muito mais gente. “Aqui já somos sobejamente conhecidos. A organização desta iniciativa ajuda-nos a mostrar o que sabemos fazer melhor e também nos dá projeção para chegarmos a novos mercados”.
Com um volume de negócios a ultrapassar os cinco milhões de euros anualmente, António Ribeiro refere que a viticultura está de “boa saúde”, no entanto, há algumas preocupações com o mau tempo que se tem feito sentir nas últimas semanas, que pode prejudicar a produção. “Ainda é cedo, mas as condições atmosféricas podem afetar a qualidade e quantidade da produção. Mesmo assim, os viticultores estão já a fazer os tratamentos necessários para manter a qualidade excecional dos nossos vinhos”.
Com a produção de azeitona a sofrer uma quebra na ordem das 700 toneladas no concelho, o presidente da Cooperativa de Olivicultores de Murça, Rui Dias, sublinha que já estão a preparar a próxima campanha de forma a prevenir situações “anómalas” que possam ocorrer, como as pragas. “Apesar da quebra deste ano, se formos comparar com o que produzíamos há 10 anos, atualmente a produção cifra-se no dobro (mais de duas mil toneladas), num volume global de negócios acima dos três milhões de euros”, sublinha este responsável, adiantando que a qualidade do azeite de Murça continua a ser um fator diferenciador no mercado, cada vez mais exigente.
Para além do vinho e do azeite, o FAV destacou a doçaria conventual, como as queijadas e o toucinho-do-céu, o pão tradicional, a castanha, queijos, enchidos, mel, frutos secos ou as compotas.
Maria José, mais conhecida como a Zezinha das Queijadas, veio à feira mostrar um negócio de família, que passou de geração em geração e continua a ter um enorme sucesso, sobretudo devido aos sabores tradicionais que foi mantendo ao longo dos tempos. “Somos uma casa com mais de 115 anos. Pertenceu à madrinha da minha mãe, que esteve num convento onde aprendeu a arte de confecionar estas delícias únicas, que são exportadas para todo o mundo”.
Elvira Borges já participa no certame há três anos e mostra a sua satisfação com o espaço que a feira tem vindo a conquistar junto do público. “É uma ótima forma de divulgarmos os produtos da nossa terra, que são feitos de forma tradicional”.
Texto da autoria da jornalista Márcia Fernandes, publicado no Jornal "A Voz de Trás-os-Montes"